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27.4. Crimes Contra a Pessoa: Infanticídio

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27.4. Crimes Contra a Pessoa: Infanticídio

O crime de infanticídio é previsto no ordenamento jurídico brasileiro e está inserido no contexto dos crimes contra a pessoa, mais especificamente contra a vida. Este crime está tipificado no artigo 123 do Código Penal Brasileiro e consiste na conduta de matar, pela mãe, o próprio filho, durante o parto ou logo após, sob a influência do estado puerperal. O entendimento deste delito é fundamental para concursos públicos, principalmente aqueles que visam preencher cargos na área jurídica ou de segurança pública.

Natureza Jurídica

O infanticídio é um crime próprio, pois só pode ser cometido pela mãe e contra o seu filho recém-nascido. A razão de ser de tal crime está na condição peculiar da mulher durante e logo após o parto, onde ela pode estar sob a influência do estado puerperal. O estado puerperal é um conjunto de alterações psíquicas e físicas que podem afetar a mulher nesse período, podendo, em alguns casos, diminuir sua capacidade de entendimento e determinação.

Elementos do Crime

O tipo penal exige a presença de alguns elementos específicos para sua configuração:

  • Sujeito Ativo: É crime próprio, podendo ser praticado apenas pela mãe biológica do recém-nascido.
  • Sujeito Passivo: O sujeito passivo é o recém-nascido, filho da agente, que pode ser vítima deste crime durante o parto ou logo após.
  • Ação Núcleo do Tipo: Matar, sendo a conduta que define o crime.
  • Tempo do Crime: Durante o parto ou logo após, sendo um período que não possui uma delimitação temporal exata, mas que está relacionado com o estado puerperal.
  • Estado Puerperal: É a influência sob a qual a mãe deve estar para que o crime se configure. Este estado é caracterizado por alterações psicobiológicas que ocorrem durante o parto ou logo após.

Distinção entre Infanticídio e Homicídio

É importante distinguir o infanticídio do homicídio. Enquanto o homicídio é o ato de matar alguém, sem as especificidades do infanticídio, este último é um crime que leva em consideração a condição especial da mãe no momento do parto ou imediatamente após. A principal diferença entre os dois crimes está na motivação e no estado emocional e mental da mãe, que, no caso do infanticídio, deve estar sob a influência do estado puerperal.

Estado Puerperal

O estado puerperal é de extrema relevância para a caracterização do infanticídio. Ele é um estado transitório, que causa perturbação mental e afeta a capacidade de entendimento e autocontrole da mulher. A comprovação deste estado é fundamental para a configuração do crime e deve ser feita por meio de perícia médica.

Pena e Ação Penal

A pena prevista para o crime de infanticídio é de detenção, de dois a seis anos. A ação penal é pública condicionada à representação, o que significa que o Ministério Público só pode oferecer denúncia após autorização da família da mãe.

Aspectos Processuais e Probatórios

No que tange aos aspectos processuais e probatórios, a comprovação do estado puerperal é fundamental para a caracterização do infanticídio. A perícia médica se faz necessária para atestar tal condição, e a defesa da mãe pode se valer de testemunhas, prontuários médicos e outros elementos que demonstrem a influência desse estado no momento do crime.

Relevância para Concursos

O estudo do infanticídio é de grande relevância para candidatos a concursos públicos, especialmente aqueles que se destinam à carreira jurídica ou policial. Questões sobre este crime podem abordar desde a sua tipificação legal, elementos caracterizadores, distinção de outros crimes contra a vida, até aspectos processuais e de aplicação da pena.

É essencial que o candidato não apenas conheça a letra da lei, mas também compreenda as nuances doutrinárias e jurisprudenciais que envolvem o infanticídio. A compreensão dos aspectos psicológicos e fisiológicos que influenciam a conduta da mãe e a forma como o Direito Penal trata essas circunstâncias são fundamentais para uma boa preparação para o concurso.

Conclusão

O infanticídio é um crime que exige um olhar atento e humanizado por parte dos operadores do direito. A sua compreensão vai além do texto legal e adentra questões de saúde mental, direitos humanos e proteção à maternidade. Para candidatos a concursos públicos, o domínio deste tema é um diferencial que demonstra não apenas conhecimento jurídico, mas também sensibilidade para com as condições particulares enfrentadas por mulheres no período do parto e pós-parto. Assim, o estudo aprofundado do infanticídio é essencial para aqueles que almejam atuar na aplicação da justiça com equidade e respeito às singularidades do ser humano.

Agora responda o exercício sobre o conteúdo:

Qual das seguintes afirmações sobre o crime de infanticídio está correta de acordo com o texto fornecido?

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