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33.16. Crimes Contra a Administração Pública: Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado

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Crimes Contra a Administração Pública: Exercício Funcional Ilegalmente Antecipado ou Prolongado

A Administração Pública é um dos pilares essenciais para o funcionamento do Estado e a garantia dos direitos dos cidadãos. Por essa razão, o ordenamento jurídico brasileiro, em especial o Código Penal, prevê uma série de delitos que visam proteger a Administração Pública contra ações que possam comprometer sua integridade e eficiência. Entre esses delitos, encontram-se os crimes de exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado, previstos no artigo 324 do Código Penal Brasileiro.

Conceituação e Previsão Legal

No âmbito do Código Penal, o capítulo que trata dos crimes contra a Administração Pública é bastante extenso e detalhado, refletindo a importância que o legislador atribui à proteção da função administrativa. O artigo 324 do Código Penal dispõe sobre a conduta de funcionários públicos que assumem o exercício de suas funções antes de satisfazerem todas as exigências legais para tanto ou que as prolongam sem justificativa após o término do período legal ou regulamentar.

Art. 324 - Assumir o funcionário público, antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercer funções depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Elementos do Crime

Para a caracterização do delito, é necessário que o agente seja um funcionário público, conceito este que abrange todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, cargo, emprego ou função em entidade paraestatal ou na administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, conforme o artigo 327 do Código Penal.

O crime se consuma com a mera assunção do cargo ou função pública sem que o agente tenha cumprido todas as formalidades legais para tal ou com a continuação no exercício funcional após o agente ter sido notificado de sua exoneração, remoção, substituição ou suspensão.

Antecipação e Prolongamento do Exercício Funcional

A antecipação do exercício funcional ocorre quando o funcionário público assume o cargo ou função sem ter atendido a todos os requisitos legais para tanto. Isso pode acontecer, por exemplo, quando o indivíduo toma posse e começa a atuar antes de ter sido aprovado em todas as etapas de um concurso público ou antes de ter sua nomeação oficialmente publicada.

Já o prolongamento do exercício funcional é caracterizado pela continuidade no desempenho das funções públicas após o término do prazo legal ou após o funcionário ter sido oficialmente comunicado de sua exoneração, remoção, substituição ou suspensão. Um exemplo seria um servidor que, mesmo após ser comunicado de sua exoneração, continua a exercer suas funções como se ainda ocupasse o cargo.

Aspectos Subjetivos e Objetivos do Delito

O crime de exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado é um delito próprio, ou seja, só pode ser cometido por funcionário público. Além disso, é um crime de mera conduta e de forma livre, pois não exige um resultado naturalístico específico, bastando a ação de antecipar ou prolongar indevidamente o exercício funcional.

Do ponto de vista subjetivo, o delito é doloso, não se admitindo a modalidade culposa. O dolo consiste na vontade consciente de assumir ou continuar no exercício funcional sem atender às exigências legais ou após ser oficialmente afastado do cargo ou função.

Penalidade e Ação Penal

A pena prevista para o crime de exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado é de detenção de quinze dias a um mês ou multa. Trata-se de uma pena relativamente baixa quando comparada a outros delitos contra a Administração Pública, refletindo uma menor ofensividade da conduta.

A ação penal é pública incondicionada, o que significa que o Ministério Público pode iniciá-la independentemente de queixa ou representação da vítima ou de qualquer outra condição.

Considerações Finais

Os crimes contra a Administração Pública, como o exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado, são de suma importância para o Direito Penal brasileiro, pois tutelam a regularidade, a moralidade e a eficiência da gestão pública. Para os concurseiros, o estudo detalhado desses delitos é essencial, visto que tais temas são frequentemente abordados em provas de concursos públicos.

É importante que os candidatos a cargos públicos estejam cientes não apenas das responsabilidades que assumirão ao ingressar na função pública, mas também das consequências legais que podem advir do descumprimento de seus deveres. Dessa forma, o conhecimento do Código Penal e, em particular, dos crimes contra a Administração Pública, é uma ferramenta valiosa para a atuação íntegra e responsável no serviço público.

Agora responda o exercício sobre o conteúdo:

Qual das alternativas a seguir descreve corretamente o crime de exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado, conforme o artigo 324 do Código Penal Brasileiro?

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