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33.41. Crimes Contra a Administração Pública: Exercício arbitrário das próprias razões

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Crimes Contra a Administração Pública: Exercício Arbitrário das Próprias Razões

O Código Penal Brasileiro, em seu Título XI, trata dos Crimes Contra a Administração Pública. Entre esses delitos, encontra-se o Exercício Arbitrário das Próprias Razões, previsto no artigo 345. Esse crime ocorre quando o indivíduo faz justiça com as próprias mãos para satisfazer uma pretensão, mesmo que legítima, sem recorrer aos meios legais disponíveis. O estudo desse crime é de suma importância para aqueles que pretendem ingressar na carreira pública, pois revela a importância que o Estado atribui à manutenção da ordem jurídica e ao respeito aos procedimentos legais.

Conceito e Elementos do Tipo Penal

O artigo 345 do Código Penal dispõe: "Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência". Esse tipo penal é composto por elementos que são indispensáveis para a sua caracterização:

  • Comportamento ativo: A conduta exige uma ação positiva do agente, ou seja, ele deve atuar ativamente para fazer justiça com as próprias mãos.
  • Satisfação de pretensão legítima: O agente age para satisfazer uma pretensão que acredita ser legítima, ainda que a forma escolhida para tanto seja ilegal.
  • Ausência de permissão legal: O exercício arbitrário das próprias razões só se configura se não houver previsão legal que autorize o agente a agir dessa forma.

Aspectos Jurídicos Relevantes

Para a configuração do delito de Exercício Arbitrário das Próprias Razões, é necessário que o agente tenha consciência da ilegalidade de sua conduta e que haja dolo, isto é, a vontade livre e consciente de realizar a conduta descrita no tipo penal. Não há previsão de modalidade culposa para esse crime.

É importante destacar que o crime em questão é de ação penal pública incondicionada, o que significa que o Ministério Público pode promover a ação penal independentemente da vontade da vítima. Além disso, o delito é de menor potencial ofensivo, o que possibilita a aplicação dos institutos despenalizadores previstos na Lei nº 9.099/95, como a transação penal e a suspensão condicional do processo.

Exemplos Práticos e Jurisprudência

Um exemplo clássico do Exercício Arbitrário das Próprias Razões ocorre quando um indivíduo, acreditando ser credor de uma dívida, apreende bens do suposto devedor sem a devida autorização judicial. Outra situação comum é a realização de desforço possessório sem recorrer ao Poder Judiciário, ou seja, a retomada de posse de um bem de forma violenta e sem amparo legal.

A jurisprudência dos tribunais brasileiros tem entendido que a simples ameaça de praticar a conduta descrita no tipo penal não é suficiente para a sua configuração, sendo necessária a efetiva realização da ação. Ademais, a jurisprudência também destaca que o crime é material, exigindo a produção de um resultado naturalístico, que é a satisfação da pretensão do agente, ainda que parcialmente.

Consequências Jurídicas e Sociais

As consequências do Exercício Arbitrário das Próprias Razões vão além das penas previstas no Código Penal. Este delito atenta contra a administração da justiça e a ordem jurídica, pois incentiva a resolução de conflitos fora dos mecanismos legais e judiciais estabelecidos. Além disso, a prática desse crime pode gerar um ciclo de violências e vinganças pessoais, prejudicando a convivência social pacífica.

Relevância para Concursos Públicos

Os candidatos a cargos públicos, especialmente na área jurídica, devem ter um conhecimento aprofundado sobre os crimes contra a administração pública, incluindo o Exercício Arbitrário das Próprias Razões. Questões sobre esse tema são frequentes em concursos, e o entendimento detalhado do tipo penal pode ser decisivo para uma boa pontuação.

É fundamental que o candidato esteja familiarizado com a letra da lei, a doutrina e a jurisprudência relacionada ao crime, bem como com os princípios constitucionais que regem a administração pública e a justiça. O estudo de casos práticos e a resolução de questões de concursos anteriores são estratégias eficazes para consolidar o conhecimento e preparar-se para as provas.

Em resumo, o Exercício Arbitrário das Próprias Razões é um crime que desafia a autoridade do Estado e o monopólio da jurisdição, sendo essencial para os concurseiros compreenderem a sua natureza, características e implicações jurídicas e sociais. O domínio desse e de outros temas relacionados aos crimes contra a administração pública é um passo importante na preparação para ingressar no serviço público.

Agora responda o exercício sobre o conteúdo:

Qual das seguintes alternativas descreve corretamente os elementos que compõem o crime de Exercício Arbitrário das Próprias Razões, conforme o artigo 345 do Código Penal Brasileiro?

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